O que é a Nvidia e como ela alcançou o posto de ‘pilar da IA’? Entenda

Empresa responsável pelas placas de vídeo GeForce se tornou a quarta maior do mundo e a terceira maior dos Estados Unidos em valor de mercado

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Por Redação
Atualização:

A fabricante de chips Nvidia teve uma série de notícias boas recentemente, impulsionada pelo boom da inteligência artificial (IA). Há duas semanas, a empresa ultrapassou em valor de mercado a Alphabet, dona do Google, tornando-se a terceira maior empresa em valor de mercado dos Estados Unidos e a quarta do mundo. A avaliação da empresa naquele momento foi de US$ 1,8 trilhão.

Nvidia conquista posto de ‘pilar da IA’ e consolida-se como a mais nova gigante da tecnologia  Foto: EFE/EPA/RITCHIE B. TONGO

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Cerca de uma semana depois, a Nvidia divulgou que registrou lucro líquido de US$ 12,285 bilhões no quarto trimestre fiscal, encerrado em 28 de janeiro, uma alta de 769% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Logo em seguida, no dia 23 de fevereiro, a Nvidia alcançou a marca de US$ 2 trilhões, apenas 9 meses após chegar US$ 1 trilhão.

O que justifica o crescimento da Nvidia? Por que ela é considerada o pilar da IA? Veja a seguir algumas perguntas e respostas sobre a empresa.

O que é a Nvidia?

A Nvidia é uma empresa de tecnologia multinacional com sede em Santa Clara, Califórnia, nos Estados Unidos. A empresa foi fundada por Jensen Huang, Chris Malachowsky e Curtis Priem em 1993.

Quem é Jensen Huang?

Jensen Huang foi um dos fundadores da Nvidia em 1993 e atua desde então como presidente, diretor executivo e membro do conselho de administração. Huang possui um diploma em Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Oregon e um mestrado em Engenharia Elétrica da Universidade Stanford.

Por que a Nvidia é o “pilar da IA”?

Para qualquer inteligência artificial funcionar, é necessária uma quantia enorme de dados. Estes, por sua vez, exigem uma infraestrutura de computadores de ponta para processar informações.

A Nvidia passou a desenvolver em 1999 chips de processamento de vídeo (ou GPUs) para computadores e videogames. Os GPUs, criados para acelerar o processamento gráfico de forma paralela às CPUs (unidades de processamento central, que executam tarefas sequencialmente e com mais consumo de energia), evoluíram para abastecer as máquinas por onde rodam as redes neurais que turbinam a IA.

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Atualmente, a Nvidia vende a GPU H100, que além de prometer uma experiência visual excepcional para jogadores, foi otimizada para lidar com volumes massivos de dados, o que a transformou em uma opção mais eficiente para treinar modelos de IA.

Cada uma delas custa a partir de US$ 20 mil e empresas precisam de milhares de unidades. No começo deste ano, Mark Zuckerberg anunciou a compra de 350 mil GPUs H100 para desenvolver os modelos de IA da Meta.

A H100 é quatro vezes mais rápida que sua antecessora, A100, no treinamento de grandes modelos de linguagem (LLMs) e na resposta a comandos de usuários.

Como a empresa começou na área da inteligência artificial?

Os GPUs se tornaram essenciais para processar vídeos pesados na indústria de games (abastecendo consoles como Xbox e PlayStation) e indispensável em supercomputadores — que podem ser usados em sistemas de nuvem ou de mineração de criptomoedas, duas áreas em que a Nvidia tornou-se a favorita há anos.

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Nos últimos 10 anos, porém, esses pequenos semicondutores de silício ganharam um novo uso de fornecer processamento aos poderosos sistemas de inteligência artificial.

Quem liderou essas inovações foi o CEO Jensen Huang. Foi ele o responsável por mudar o foco de chips para games para chips para a IA, um mercado ainda em incipiente à época, se comparado à corrida de hoje.

Por conta desse pioneirismo, o hardware fornecido pela companhia tornou-se o padrão do mercado, e diversos pesquisadores, startups e gigantes da tecnologia criam inovações com os semicondutores de IA da firma, e não com os de concorrentes.

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Como resultado, a Nvidia tornou-se a líder incontestável no setor de semicondutores para inteligência artificial. Segundo dados da consultoria especializada Omdia, a marca é responsável por 70% da participação de mercado de chips para IA.

Quem são os rivais da Nvidia?

Amazon, Google, Meta e Microsoft estão correndo para criar seus próprios chips de IA. Com componentes próprios, os gigantes da tecnologia poderiam “controlar seu próprio destino”, mantendo domínio de custos, escassez e acesso a serviços de nuvem.

A “guerra” ocorre, principalmente, no desenvolvimento de componentes chamados NPUs (unidades de processamento neural), que são responsáveis pelo funcionamento de grandes modelos de linguagem (LLMs). Esses modelos são fundamentais para ferramentas de IA generativa, como criador de imagens e chatbots.

A AMD é uma das empresas que busca parcerias com outras gigantes de tecnologia para desenvolver seus chips voltados para IA. No ano passado, Meta, OpenAI e Microsoft firmaram um acordo para comprar o Instinct MI300X, processador semelhante ao H100, principal componente da Nvidia para IA.

De olho na concorrência, a AMD já registra crescimento nos últimos anos, sendo a segunda no ranking de fornecimento de processadores - em 2022, a empresa representava 20% da produção de chips no mundo.

O que é a GeForce?

A GeForce é uma família de processadores gráficos (GPUs) fabricada pela Nvidia. A linha é projetada especialmente para jogos de computador e atividades que necessitam de um desempenho gráfico de alta qualidade. /Colaboraram Alice Labate, Bruno Romani e Guilherme Guerra/Com informações de The New York Times

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