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PF prende 13 e procura mais três por atos golpistas do 8 de janeiro em nova fase da Operação Lesa Pátria

Entre os detidos na 10.ª etapa da ofensiva deflagrada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, estão o tenente-coronel da Aeronáutica Euro Brasílico Vieira Magalhães, advogados, comerciantes e políticos; agentes federais também fazem buscas em 22 endereços em sete Estados e no DF

Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Pepita Ortega
Por Rayssa Motta e Pepita Ortega
Atualização:
Congresso Nacional foi tomado e depredado durante atos golpistas. Foto: Eraldo Peres/AP

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira, 18, mais uma fase da Operação Lesa Pátria. É a 10.ª etapa da investigação, que busca identificar todos os envolvidos nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.

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Nesta terça, os policiais cumprem 16 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão. Ao todo, 13 investigados já foram capturados.

Entre os presos estão: o tenente-coronel da reserva da Aeronáutica Euro Brasílico Vieira Magalhães; a professora Claudebir Beatriz da Silva Campos, suplente do PL na Assembleia Legislativa do Pará; e o empresário Leandro Muniz Ribeiro, que se candidatou a uma vaga na Assembleia Legislativa de Goiás pelo Democracia Cristã nas eleições 2022.

A operação ocorre simultaneamente no Distrito Federal e em sete Estados - Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.

A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator das investigações sobre os protestos do dia 8 de janeiro.

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Os investigados podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime e destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

A Operação Lesa Pátria se tornou permanente. Novas fases têm sido abertas quase semanalmente. A 10.ª etapa ocorre no mesmo dia em que o STF começa a julgar no plenário virtual as primeiras denúncias contra vândalos que depredaram prédios públicos e 'autores intelectuais' dos atos golpistas. Moraes já votou para torná-los réus.

Radicais atacaram Supremo, Planalto e Congresso. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Veja onde a Lesa Pátria faz diligências nesta terça-feira, 18

  • Brasília (DF) - um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão
  • Goiânia (GO) - dois mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão
  • Capinópolis (MG) - um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão
  • Uberlândia (MG) - um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão
  • São José Del Rey (MG) - um mandado de busca e apreensão
  • Sete Lagoas (MG) - um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão
  • Divinópolis (MG) - um mandado de busca e apreensão
  • Ituiutaba (MG) - um mandado de busca e apreensão
  • Betim (MG) - um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão
  • Monte Azul (MG) - um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão
  • Montes Claros (MG) - um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão
  • Juara (MT) - dois mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão
  • Marabá (PA) - um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão
  • Londrina (PR) - um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão
  • Medianeira (PR) - um mandado de busca e apreensão
  • Rio de Janeiro (RJ) - um mandado de prisão preventiva e dois de busca e apreensão
  • Ourinhos (SP) - um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão
  • São Paulo (SP) - um mandado de busca e apreensão
  • Hortolândia (SP) - um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão

Relembre as fases da Operação Lesa Pátria

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A primeira fase da Operação Lesa Pátria, no dia 20 de janeiro, prendeu cinco suspeitos de participação, incitação e financiamento nos atos golpistas. Entre eles 'Ramiro dos Caminhoneiros', Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio.

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Na segunda etapa da força-tarefa, policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista Antônio Cláudio Alves Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico no Palácio do Planalto.

A terceira fase da operação prendeu cinco pessoas, incluindo a idosa Maria de Fátima Mendonça, de 67 anos, que viralizou ao dizer em um vídeo que ia 'pegar o Xandão'. O sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecido como Léo Índio, foi alvo de buscas na mesma etapa.

No dia 3 de fevereiro, a PF abriu a quarta fase ostensiva da investigação e prendeu o empresário conhecido como Márcio Furacão, que se filmou ao participar da invasão ao Palácio do Planalto, e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como 'Homem do Tempo', que fez vídeos subindo a rampa do Congresso Nacional e dentro do STF.

A oitava etapa da ofensiva teve o maior número de mandados - ao todo, 32 investigados tiveram prisão decretada. A PF prendeu golpistas como a mulher responsável por pichar a estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal com a frase 'perdeu, mané' e o homem que teria levado uma bola autografada pelo jogador Neymar da Câmara dos Deputados.

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A fase mais recente prendeu preventivamente um major da Polícia Militar do Distrito Federal da reserva suspeito de incitar os atos golpistas e de administrar recursos que financiaram ações antidemocráticas. Claudio Mendes dos Santos teria ensinado táticas de guerrilha para os bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília.

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