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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Parlamentares do Brasil e EUA miram Argentina, Chile e Colômbia em busca de aliança democrática

Grupo de congressistas alinhados ao centro e à esquerda iniciou uma reação à articulação internacional da direita

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Foto do author Augusto Tenório

Congressistas do Brasil e dos Estados Unidos alinhados ao centro e à esquerda pretendem iniciar pela Argentina, Chile e Colômbia a construção de uma aliança internacional em defesa da democracia. O movimento dos parlamentares, organizado com o Instituto Vladimir Herzog, é uma reação à articulação internacional da direita.

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A ideia é que os parlamentares, liderados pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e pelos deputados norte-americanos Jamie Raskin e Sydney Kamlager-Dove, do Partido Democrata, façam as viagens ainda este ano. Há pressa porque, na avaliação do grupo, os bolsonaristas saíram na frente e já criaram um canal de diálogo com líderes de direita internacionais.

Neste mês, chefes de Estado da direita se reuniram em uma cúpula de três dias em Madrid, na Espanha. Participaram nomes como os presidentes Javier Milei (Argentina) e Viktor Orban (Hungria), além de enviados de Donald Trump e Binyamin Netanyahu. Antes disso, os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF) estiveram nos Estados Unidos para defender que o Brasil enfrenta “violações da liberdade de expressão”.

Os congresistas brasileiros Rafael Brito (MDB-AL), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Eliziane Gama (PSD-MA), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Correia (PT-MG), com o deputado estadunidense Jamie Raskin. Foto: Caio Guatelli-Inst. Vladimir Herzog

Na Argentina, a atenção de Eliziane Gama e dos parlamentares norte-americanos deverá ser especial, pois Milei é considerado uma estrela pela direita internacional. O desafio no país será firmar uma ponte com as forças de esquerda e centro-esquerda, que saíram derrotadas das urnas com a queda do Kirchnerismo.

O cenário é diferente no Chile, onde o presidente Gabriel Boric é progressista, mas enfrenta dificuldades para conter o avanço do ultraconservador católico José Antônio Kast. Recentemente, o chefe de Estado chileno trocou farpas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por causa da guerra entre Israel e Hamas.

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Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro foi o primeiro líder de esquerda a assumir o cargo no país. Ele se mostra aberto a colaborações internacionais e já se ofereceu para mediar o diálogo na Venezuela entre o ditador Nicolás Maduro e a oposição.

O movimento do grupo de parlamentares é uma sequência ao movimento iniciado na semana passada. Após reunião nos EUA, eles redigiram uma carta conjunta em defesa da democracia e entregaram um documento a autoridades da diplomacia, do Executivo e do Legislativo brasileiros.

Quem integra o grupo de parlamentares brasileiros e norte-americanos

Os parlamentares brasileiros que integram o grupo são os senadores Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), Eliziane Gama (PSD-MA), Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Humberto Costa (PT-PE), além dos deputados Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Rafael Brito (MDB-AL), Rogério Correia (PT-MG) e Duarte Jr. (PSB-MA).

Os norte-americanos são os deputados democratas Jamie Raskin, Sydney Kamlager-Dove, Delia C. Ramirez, Chuy Garcia, Greg Casar e Jonathan Jackson.