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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Partido Novo avalia liberar uso do fundão eleitoral

Presidente da legenda, Eduardo Ribeiro, apoia a ideia, nega que a sigla esteja abandonando o ‘purismo liberal’ proposto seu lançamento, e diz que a medida é para garantir condições de competitividade

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Por Roseann Kennedy

Depois de autorizar o uso do Fundo Partidário, este ano, agora o partido Novo enfrenta pressão interna para também permitir o uso do Fundo Eleitoral, o chamado fundão. A ideia já tem apoio do presidente da legenda, Eduardo Ribeiro, que terá de levar o tema para decisão na convenção nacional da sigla, que ainda não tem data marcada, mas deve ocorrer no início de 2024.

“Estamos discutindo sim o uso. Sou favorável. Acho que é uma questão praticamente pacificada dentro do partido. Mas vamos usar não porque abandonamos as nossas bandeiras. Mas para usar as mesmas armas que o nosso adversário tem para que possamos preservar as nossas bandeiras”, afirmou à Coluna.

O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro. 

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Em março deste ano, o Novo deu o primeiro passo de distanciamento do ‘purismo liberal’ que pregava no seu lançamento, quando autorizou o uso do Fundo Partidário. Em 2015, quando o partido foi registrado, a utilização de verba pública era rechaçada.

Na ocasião, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que foi um dos fiadores do uso dos recursos, afirmou que não utilizar o fundo partidário seria “como ir para uma guerra dizendo que não vai usar pólvora, só faca e espada”.

Agora, o Congresso está em plena discussão sobre o fundão eleitoral que será liberado na corrida municipal de 2024. O Novo apresentou emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para reduzir o montante a ser liberado. São três propostas: uma zera o valor do Fundo Eleitoral em 2024; outra mantém o que foi proposto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, de R$939,3 milhões; e a última alternativa estabelece um limite máximo de R$ 2 bilhões.

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Por outro lado, porém, caminha para derrubar mais esse bloqueio interno e permitir o uso também desta verba pública.

O presidente do Novo diz que a discussão sobre usar ou não o fundo eleitoral sempre existiu no partido, desde que o fundão foi criado em 2017. Ele ressalta que o Novo foi criado em 2011, quando o recurso não existia, e o fundo partidário e as emendas eram uma fração do volume atual.

“De lá para cá, o volume de recursos destinado a partidos políticos aumentou de uma forma colossal, a ponto de o Brasil ser o País que mais destina verba pública para os partidos. Nós tentamos de toda forma, em todas as eleições, barrar o aumento desses recursos, as sempre fomos derrotados e o grau de competitividade foi comprometido”, afirmou.

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