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Investigações contra Bolsonaro colocam militares na lista de alvos de operações da PF

Integrantes das Forças Armadas são investigados em inquéritos que apuram possíveis crimes do ex-presidente Jair Bolsonaro

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Foto do author Rayanderson Guerra
Por Rayanderson Guerra

RIO – Militares das Forças Armadas se tornaram alvos da Polícia Federal (PF) em operações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta quinta-feira, 8, em uma ação para apurar a atuação de uma organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, militares que já respondem a outras acusações de crimes cometidos durante o governo Bolsonaro e novos nomes da caserna foram tragados para mais um caso na Justiça.

Os ex-ministros militares Walter Braga Netto (Casa Civil) e Augusto Heleno (GSI) e os ex-comandantes das Forças Armadas Paulo Sérgio Nogueira (Exército) e Almir Garnier Santos (Marinha) estão entre os alvos de mandados de busca e apreensão na Operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim) desta quinta-feira. A PF apura ainda a participação de outros 13 militares, entre integrantes da ativa e da reserva. Outras operações já mostraram outros integrantes das Forças Armadas investigados.

Saiba mais sobre militares alvos da operação da PF desta quinta-feira:

Walter Braga Netto

Entre os alvos da operação desta quinta-feira, está o general Walter Braga Netto, que foi ministro da Defesa e vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. Em novembro daquele ano, depois da derrota para Luiz Inácio Lula da Silva, Braga Netto se dirigiu a apoiadores bolsonaristas, após visitar o então presidente no Palácio do Alvorada, e recomendou, de forma enigmática: “não percam a fé, é só o que eu posso falar agora”.

General Walter Braga Netto foi vice na chapa derrotada de Bolsonaro nas eleições de 2022 Foto: Wilton Junior/Estadão

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Em outubro de 2023, ele foi declarado inelegível, assim como o ex-presidente, por abuso de poder político, abuso de poder econômico e conduta vedada nas comemorações do dia 7 de setembro de 2022. Investigações baseadas na delação do tentente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, apontam que ele seria a ponte entre militares e manifestantes.

Braga Netto também é investigado em um caso sobre a compra de coletes balísticos pelo governo Michel Temer durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. O general comandou a intervenção e teve os sigilos telefônico e telemático quebrados no inquérito.

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de conluio e superfaturamento na ordem de R$ 4,6 milhões. O contrato, sem licitação, foi firmado pelo Gabinete de Intervenção Federal para a compra de 9.360 coletes. O valor global do negócio foi de US$ 9,4 milhões.

Segundo Braga Netto, “os contratos do Gabinete de Intervenção Federal (GIF) seguiram absolutamente todos os trâmites legais previstos na lei brasileira”. O general publicou uma nota nas redes sociais negando todas as acusações.

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“Com relação à compra de coletes balísticos da empresa americana CTU Security, é preciso destacar que a suspensão do contrato foi realizada pelo próprio GIF, após avaliação de supostas irregularidades nos documentos fornecidos pela empresa”, diz.

Paulo Sérgio Nogueira

O general Paulo Sérgio Nogueira, outro alvo da operação desta quinta-feira, foi ministro da Defesa no governo Bolsonaro. Durante o ano de 2022, exigiu participação das Forças Armadas na contagem dos votos e insistiu em dizer que o sistema eleitoral tinha vulnerabilidades, sendo um dos protagonista do impasse entre militares e o TSE. Depois das eleições, enviou um relatório do Ministério em que não apontava fraudes no pleito, mas realçava suspeitas sem provas.

O ex-ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira  Foto: Wilton Junior/Estadão

Nogueira afirmou em reunião ministerial realizada em julho de 2022 que utilizou as Forças Armadas para questionar a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e garantir a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro. As declarações estão presentes em um vídeo obtido pela PF ao analisar o computador de Mauro Cid. Os diálogos entre Bolsonaro e seus subordinados embasaram a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou as operações de busca e apreensão realizadas nesta quinta-feira, 8, em endereços de aliados do ex-presidente.

Como mostrou o Estadão em maio de 2022, as Forças Armadas foram usadas pelo então ministro da Defesa para reproduzir o discurso bolsonarista de ataques às urnas eletrônicas por meio de 88 perguntas enviadas ao TSE. As desconfianças foram levantadas apesar de os órgãos de investigação nunca terem detectado fraudes no sistema eletrônico de votação. Naquele ano, os militares enviaram uma sequência de cinco ofícios sigilosos com questionamentos que iam do nível de confiança nos sistemas de votação a propostas de aperfeiçoamento da transparência da Corte.

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Almir Garnier Santos

Da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, também é alvo da Operação Tempus Veritatis, nesta quinta-feira. O militar foi acusado pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid, de oferecer apoio das suas tropas para o ex-presidente dar início a um golpe de Estado após as eleições de 2022. Garnier fazia parte do alto escalão de auxiliares e conselheiros do então presidente e foi o principal responsável pelo desfile de tanques realizado no dia 10 de agosto de 2021 em frente ao Congresso Nacional, na mesma data da votação da PEC que tratava sobre o voto impresso. Ele não participou na passagem de comando da Marinha para o almirante indicado por Lula no início de 2023.

Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Estevam Theóphilo

O ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter) general Estevam Theóphilo, alvo de operação da Polícia Federal nesta quinta-feira, para apurar a organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, teria concordado com a ideia de golpe em uma conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com as investigações da PF, Theóphilo seria o “responsável operacional” por arregimentar as Forças Especiais do Exército, os chamados “Kids Pretos”, para prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

General de Exército Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira  Foto: Comando Militar da Amazônia/Exército

Estevam Theóphilo teria sinalizado ao então presidente Bolsonaro em uma conversa, no Palácio da Alvorada, que concordava com a ideia de golpe, desde que o ex-chefe do Executivo assinasse a medida. Essa é a conclusão da PF após análise das mensagens obtidas no celular do ex-ajudante da Presidência, Mauro Cid.

Augusto Heleno

O general Augusto Heleno foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) durante o governo Bolsonaro e um dos conselheiros mais próximos do ex-presidente. Ele chegou a prestar depoimento à CPMI que investigava os ataques golpistas do 8 de Janeiro no Congresso e desacreditou a delação de Mauro Cid, atacou o presidente Lula e até xingou integrantes da comissão. Heleno é um dos alvos da Polícia Federal na operação desta quinta-feira.

O general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Wilton Junior/Estadão

Depois das eleições, em 2022, foi indagado por apoiadores do ex-presidente se “bandido sobe a rampa”, em alusão à prisão de Lula em 2018 pela Operação Lava Jato, e respondeu que “não”. Ao ser questionado pela relatora Eliziane Gama na CPMI, ele repetiu: “Continuo achando que bandido não sobe a rampa”.

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Mantendo a fidelidade a Bolsonaro, Augusto Heleno disse que os acampamentos bolsonaristas na frente dos quartéis do Exército eram “locais sadios” e alegou desconhecer vieses golpistas nas manifestações da época.

Um dos motivos que vincula o general ao 8 de Janeiro é o fato de dois membros da sua gestão no GSI – os generais de divisão Carlos José Russo Assumpção Penteado e Carlos Feitosa Rodrigues – estarem trabalhando no órgão no dia dos ataques. Os dois foram exonerados no dia 23 daquele mês.

Marcelo Costa Câmara

Marcelo Costa Câmara, que atuou no governo Bolsonaro como assessor especial no gabinete da Presidência, foi preso na operação desta quinta. Ele também é investigado no caso das joias, relevado em uma série de reportagens exclusivas do Estadão, e foi citado pela PF como pessoa de interesse no inquérito que apura os indícios de adulteração no cartão de vacina de Jair Bolsonaro.

A PF acredita que o coronel do Exército Marcelo Câmara administrou a conta de Bolsonaro no ConecteSUS. Isso porque, em 22 de dezembro de 2022, o e-mail dele foi vinculado ao perfil do ex-presidente. A data coincide com o período em que o militar foi indicado para assessorar Bolsonaro após o mandato. Essa é uma prerrogativa dos ex-presidentes.

O advogado do coronel Marcelo Câmara, Eduardo Kuntz, afirmou que está a caminho de Brasília para tratar do caso e que ainda não teve acesso ao processo. O militar é apontado como integrante do núcleo que alimentava Bolsonaro com informações que o ajudariam a consumar o golpe de Estado.

“Já fiz uma petição eletrônica pedindo acesso e espero que não tenha dificuldades para acessar os autos desta vez. Meu cliente está preso e ter cesso aos autos é fundamental para que possamos tomar as providências cabíveis”, afirmou.

Saiba mais sobre outros militares alvos de operações contra Bolsonaro:

Mauro Cid

O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, foi o pivô da investigação que arrastou Bolsonaro para o centro de suspeitas em torno de um possível esquema falsificação de carteiras de vacinação contra a covid-19, em 2023. Cid teve o sigilo de mensagens quebrado e a PF encontrou conversas sobre as fraudes nos dados de vacinação.

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O ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) tenente-coronel Mauro Cid. Foto: WILTON JUNIOR

Braço-direito de Bolsonaro, ele é descrito como uma espécie de operador do esquema. A conta do ex-presidente no ConecteSUS estava vinculada ao e-mail funcional do coronel. Ele também teria falsificado o próprio cartão de vacinação e os certificados da mulher e das três filhas. Em uma das conversas interceptadas, Mauro Cid afirma que não vai tomar a vacina. “Eu e ninguém aqui casa”, diz ele.

Mauro Cid também está envolvido no esquema ilegal de venda de joias recebidas pelo ex-chefe do Executivo no exterior. Apuração do Estadão mostrou que o governo do ex-presidente tentou trazer ilegalmente para o Brasil um conjunto de colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes, avaliados por peritos em R$ 5,1 milhões. As joias eram um presente do regime da Arábia Saudita para o então presidente e a primeira-dama e foram apreendidas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

De acordo com a revista Veja, Cid teria admitido em delação premiada que participou ativamente da venda de dois relógios, um da marca Rolex e outro da Patek Phillipe. O dinheiro da comercialização ilegal teria sido depositado na conta do seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid. Bolsonaro, então, teria recebido em mãos US$ 68 mil, que foram entregues de forma parcelada, com um repasse nos Estados Unidos e outro no Brasil.

As joias foram recebidas por Bolsonaro por conta do seu cargo de presidente da República e, por isso, deveriam ser incorporados ao acervo da União. Porém, as peças foram omitidas dos órgãos públicos, incorporadas ao estoque pessoal do ex-chefe do Executivo e negociadas para fins de enriquecimento ilícito, segundo as investigações. Cid disse que achava que a venda poderia ser imoral, mas não acreditava em uma ilegalidade das vendas.

Ao Estadão, em agosto do ano passado, o ex-chefe do Executivo alegou que Mauro Cid tinha “autonomia” para agir. A declaração foi em resposta ao questionamento se o ex-presidente havia pedido para seu subordinado vender joias no exterior e trazer de volta o dinheiro para o País.

A Polícia Federal encontrou também mensagens com planos golpistas no celular do tenente-coronel. Além das mensagens, os peritos encontraram um rascunho de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), instrumento que permite ao presidente convocar uma intervenção das Forças Armadas em situações de ameaça à ordem pública. As conversas teriam sido travadas após a derrota de Bolsonaro na eleição.

Em delação premiada, o tenente-coronel citou nomes que foram alvos da Polícia Federal nesta quinta-feira. O general Walter Braga Netto e Filipe Martins, que integraram a cúpula de aliados do ex-presidente como ministro e assessor especial, respectivamente, foram mencionados por Cid no depoimento à PF. Martins foi preso e Braga Netto, alvo de mandado de busca e apreensão.

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Mauro Cesar Lourena Cid

O pai de Mauro Cid também foi parar na mira da Polícia Federal. O general Mauro Cesar Lourena Cid é amigo de Bolsonaro desde a época em que o ex-presidente frequentava a Academia de Agulhas Negras. A proximidade entre os dois foi nutrida ao longo de todo governo passado.

As autoridades chegaram a Lourena Cid por causa de mensagens que ele trocou com o filho. As conversas sugerem que eles estariam avaliando e negociando presentes que Bolsonaro ganhou durante agendas oficiais.

Reflexo de general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, caixa de esculturas e joias Foto: Reprodução/PF

Em uma dessas mensagens, Mauro Cid pede ao pai que fotografe uma caixa em que há um coqueiro de ouro, idêntico ao que Bolsonaro ganhou do governo saudita no dia 16 de novembro de 2022. A foto enviada tem o reflexo de Lourena Cid na caixa do objeto.

O general foi alvo de busca e apreensão na Operação Lucas 12:2 no dia 11 de agosto. Ele é um dos investigados no caso das joias sauditas, suspeito de ser um dos operadores do esquema de venda internacional de presentes que Bolsonaro ganhou ao longo do mandato.

Bento Albuquerque

Ex-ministro de Minas e Energia de Bolsonaro, Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, conhecido como Bento Albuquerque, é almirante da Marinha. Foi ele quem trouxe, dentro da mochila de um assessor, o conjunto de joias de diamante que Bolsonaro tentou, pelo menos oito vezes, incorporar ao próprio patrimônio.

Bento Albuquerque tentou convencer os agentes do Fisco a liberarem o pacote com joias Foto: Reprodução/TV Globo

O episódio veio a público em março do ano passado por meio de uma reportagem do Estadão, mas ocorreu em outubro de 2021. Ao perceber que as joias ficaram retidas pela Receita Federal na área da alfândega do aeroporto de Guarulhos, o ex-ministro voltou até o local e tentou convencer os agentes do Fisco a liberarem o pacote.

Em março, Bento Albuquerque confirmou que trouxe as joias, que seriam um presente do governo saudita para Bolsonaro e Michelle. Depois, quando foi intimado a depor perante a Polícia Federal, ele mudou de versão e disse que o pacote era um bem do Estado brasileiro.

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Com o fim do governo Bolsonaro, o almirante da Marinha foi para o conselho da Itaipu, onde recebia um salário de R$ 34 mil. Ele foi demitido depois que o caso das joias foi revelado e segue investigado pela PF. O caso saiu da Justiça Federal de Guarulhos e foi para o Supremo em 15 de agosto.

Luís Marcos dos Reis

O sargento Luís Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens da Presidência, teria mobilizado o próprio sobrinho, o médico Farley Vinicius Alcântara, para preencher e carimbar um dos cartões falsos emitidos em nome da mulher de Mauro Cid no esquema de falsificação de comprovantes de vacina.

Como revelou o Estadão, o sargento movimentou R$ 3, 3 milhões em suas contas e repassou parte do dinheiro para Mauro Cid no que foi identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como movimentações atípicas. O militar recebia R$ 13 mil por mês.

O sargento justificou as movimentações atípicas em suas contas como parte de um “consórcio”.

Em agosto de 2023, o militar assumiu ainda ter participado dos atos golpistas de 8 de Janeiro. A declaração foi feita à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. O militar ainda se disse arrependido de se envolvido na invasão aos prédios dos Três Poderes.

Reis assumiu ter subido a rampa do Congresso e, no local, ter tirado fotos do prédio depredado. O militar disse que se arrependeu do ato, mas contemporizou sob o argumento de que não havia ninguém para impedir a sua entrada. Ele ainda afirmou ter chegado na Esplanada dos Ministérios quando, segundo ele, a invasão já estaria pacificada. “Eu subi a rampa, estava cheio de gente ali, tirei a foto e fui embora para casa”, disse o sargento.

Sargento Luís Marcos dos Reis prestou depoimento na CPMI do 8 Janeiro  Foto: Wilton Junior/Estadão

Reis é suspeito de pagar as contas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro com dinheiro vivo repassado por uma empresa de material de construção que tinha contratos com o governo Bolsonaro. Quando questionado sobre o assunto, o sargento optou por fazer uso do direito a silêncio sob a justificativa de que a sua versão consta em depoimento à Polícia Federal.

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O militar trabalhou como assessor do ex-presidente e era o braço-direito do tenente-coronel Mauro Cid na Ajudância de Ordens da Presidência.

Eduardo Crespo Alves

A PF encontrou mensagens suspeitas de Mauro Cid com o segundo-sargento do Exército Eduardo Crespo Alves no caso do esquema de falsificação de cartões de vacinação. Eles conversaram sobre como inserir os dados falsos de vacinação de Gabriela, mulher do tenente-coronel, no sistema integrado do Ministério da Saúde.

Uma inconsistência no lote das vacinas teria dificultado a fraude no sistema. “Infelizmente, ela não está conseguindo porque o sistema daqui não aceita, não está aceitando vacina que ela tomou. O lote que veio para o Rio de Janeiro é diferente. Não tem esse lote aqui, então você, o sistema não aceita”, diz um dos áudios enviados por Alves e interceptados pela PF.

Osmar Crivellatti

Osmar Crivelatti foi coordenador administrativo da Ajudância de Ordens da Presidência da República na gestão Bolsonaro. Figura próxima do ex-comandante do Exército general Eduardo Villas Bôas, Osmar Crivelatti era subordinado ao tenente-coronel Mauro Cid.

Crivelatti é atualmente um dos assessores pessoais de Bolsonaro e integra a cota de servidores que ex-presidentes têm direito, cujos gastos são custeados pela própria Presidência da República com recursos públicos. Ele é investigado no caso da vendas de joias recebidas pelo governo Bolsonaro.

A Polícia Federal investiga a participação de Crivelatti tanto na retirada de joias do acervo presidencial quanto na posterior “operação de resgate” para devolver os itens ao patrimônio federal.

Osmar Crivelatti, tenente do Exército Foto: Wilton Junior

Antes, Crivelatti ocupou uma função importante no Exército: ele foi o primeiro adjunto de comando do Exército, cargo criado em 2015 pelo general Eduardo Villas Bôas, que nomeou o segundo-tenente para assessorá-lo. Ele deixou o cargo apenas em junho de 2019 para trabalhar na Presidência, atuando na organização de viagens internacionais, por exemplo. Depois, virou braço-direito de Mauro Cid no cargo de coordenador administrativo da Ajudância de Ordens da Presidência.

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