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Análise|iPhone 16: modelo básico brilha mais que versão Pro; veja impressões do celular da Apple

Novas ferramentas de câmera, processamento e usabilidade tornam o aparelho padrão no melhor custo benefício da linha

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Foto do author Bruna Arimathea
Atualização:

CUPERTINO - A Apple lançou nesta segunda-feira, 9, seus novos modelos de celular - a família do iPhone 16 - com quatro modelos e a intenção de entrar em uma nova era: a da inteligência artificial (IA). No entanto, no evento que sempre tem como estrela os modelos Pro e Pro Max, quem brilhou foi o modelo mais básico, com melhorias nas câmeras, novos botões e evolução de processador.

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Os quatro modelos foram apresentados na sede da empresa, em Cupertino, Califórnia, em um evento em que o Estadão esteve presente, e tem previsão de chegar ao Brasil a partir de 27 de setembro com preços entre R$ 7,8 mil e R$ 12,5 mil.

Neste ano, a Apple se concentrou em reafirmar que os novos smartphones foram pensados inteiramente para abarcar a Apple Intelligence, IA da empresa - resposta para o mercado após o sucesso de chatbots espertos como o ChatGPT e o Gemini. A Apple Intelligence foi apresentada em junho e o iPhone 16 é o primeiro celular pensado para a nova plataforma. Quem sai ganhando com esse movimento é o modelo padrão da nova geração.

iPhone 16 foi lançado nesta segunda, 9 Foto: Bruna Arimathea/Estadão

“O lançamento da IA pela Apple, aliado a um ciclo de atualização maciço e reprimido, está criando essa nova era de crescimento do iPhone, inclusive na importante região da China, que tem sido um obstáculo para a receita no último ano”, afirmou o analista Dan Ives, da Wedbush Securities.

Uma das provas de que o modelo básico é a aposta para esse ano é a adição do botão de câmera já no modelo mais “simples” da Apple. Mudanças de hardware na empresa costumam aparecer primeiro nas versões mais avançadas dos celulares. Quando implementou o botão de ação, no lugar da chave do modo silencioso, no ano passado, a novidade chegou primeiro ao iPhone 15 Pro - neste ano, o botão de também está nos modelos básicos. Em 2022, quando redesenhou a franja da câmera para a Ilha Dinâmica, o recurso também apareceu primeiro nos modelos premium.

Agora, com o novo botão que permite acessar a câmera, tirar fotos e controlar ferramentas de imagens, como zoom, o iPhone 16 na sua versão básica diminui ainda mais a distância no custo benefício com os irmãos mais potentes.

O disparador é bem parecido com teclas de bloqueio de celular com biometria, feito com um material sensível ao toque para captar os movimentos e uma primeira impressão ao segurar o telefone é que, além dos sensores, o baixo relevo do botão ajuda na hora de acionar a câmera, mas ainda vai ter que entrar no hábito dos usuários.

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Com um duplo toque, por exemplo, é possível abrir a barra de menu de foto e, com um toque único, selecionar o recurso. Para ver as opções, o botão funciona como um touchscreen - mas, como a superfície é pequena, o movimento vai pegar desprevenido quem tem mãos maiores. Ou seja, vai ser preciso aprender o jeitinho de controlar a câmera.

Ainda, o iPhone 16 também vai receber as novidades de IA, como resumo de textos, edição de fotos e atualizações na Siri, a assistente de voz da Apple. Os recursos, que vão estar em grande parte disponíveis com o iOS 18, só serão encontrados em modelos anteriores a partir do iPhone 15 Pro - ainda assim, a partir de uma atualização de software. Com o iPhone 16, a IA é construída juntamente com o telefone e já o torna uma versão mais promissora que o mais potente de seus antecessores.

A configuração de câmeras, de volta ao modelo “empilhado” na vertical, ganhou também lentes maiores e um modo macro que há muito tempo fazia falta nos modelos - a Apple garante que as duas câmeras possuem características que equivalem a quatro lentes no aparelho, inclusive sendo capaz de produzir vídeos em modo espacial. Na verdade, no entanto, a companhia usa técnicas de software junto ao sensor para obter esses resultados.

O processador do iPhone 16 também tem um salto mais relevante do que nas versões Pro - tudo, claro, em prol de abraçar a nova IA da empresa - enquanto o iPhone 15 usava o chip A16 Bionic, lançado pela primeira vez com o iPhone 14 Pro, os modelos lançados nesta segunda são equipados com o chip A18.

Os tamanhos são 6,1 polegadas no modelo tradicional e 6,7 polegadas no Plus e eles custam a partir de R$ 7,8 mil (tamanho padrão) e R$ 9,5 mil (Plus), mais caros do que no ano passado, quando custavam R$ 7,3 mil e R$ 8,3 mil. O aumento chega a quase 15%.

Cores do iPhone 16 são mais vibrantes em relação aos modelos anteriores Foto: Bruna Arimathea/Estadão

No iPhone 16 as cores também ganharam um destaque maior e mais chamativo em relação ao ano anterior. As cores pastéis ficaram no passado e, à primeira vista, a diferença nas tonalidades é bastante diferente e bem mais acentuadas, principalmente nos tons de verde, algo parecido com um verde azulado, o rosa, no melhor estilo pink Barbie, e o azul, que chega bem mais escuro e puxado para o roxo. Para quem gosta de celulares mais discretos, opções em branco e preto também estão disponíveis.

Tudo isso torna o iPhone 16 um candidato a favorito na hora da atualização de modelos, mesmo com concorrentes Pro relativamente próximos , e pode transformar o aparelho em um dos preferidos dos usuários desde o iPhone 11, aclamado pelo público pelo “básico bem feito” - para quem estiver disposto a pagar, claro.

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A “valorização” do básico foi vista não apenas no iPhone, mas em também nos novos AirPods, fones de ouvido sem fio da empresa. O modelo lançado nesta segunda - o AirPods 4 - trouxe o cancelamento de ruído ativo e funções de inteligência artificial para a linha básica do dispositivo.

Aqui, porém, mesmo com a tendência, a Apple fez um movimento mais mercadológico no seu lançamento: ferramentas como o cancelamento de ruído, por exemplo, já são encontrados em vários fones de categorias menos avançadas e, tornar o recurso acessível apenas para produtos premium podia “empacar” uma evolução do aparelho.

Modelos Pro chegam com pompa, mas ficam ofuscado pela funcionalidade das versões tradicionais do iPhone 16 Foto: Nic Coury/AFP

Apple Intelligence

O tema da IA foi recorrente no evento, com a reapresentação de vários recursos do Apple Intelligence, mostrado pela primeira vez em junho deste ano, durante a Worldwide Developers Conference (WWDC) e a estreia de novas ferramentas específicas para o iPhone 16.

No evento de junho, a Apple e a OpenAI anunciaram uma parceria para tornar mais inteligentes as respostas dadas pela Siri. A empresa vai utilizar o modelo de IA mais recente da dona do ChatGPT, o GPT-4o, lançado em maio, mas afirmou que vai disponibilizar esse tipo de parceria com outras IAs do mercado.

Agora, no lançamento do iPhone, a Apple não mencionou a OpenAI diretamente, embora tenha mostrado em algumas imagens que os serviços da empresa estão sendo usados. O discurso, depois das críticas por estar atrasada para a corrida das IAs nos celulares - entrando no mercado mais de seis meses depois que a rival Samsung, por exemplo - é de que a Apple tem completo controle dos seus produtos de IA e de como eles serão oferecidos aos usuários.

Para alguns especialistas, esse será o trunfo para a “nova era” manifestada por Cook no evento desta segunda. “Acreditamos que será o lançamento de unidades do iPhone mais bem-sucedido de sua história, já que a Apple Intelligence será a plataforma de lançamento da revolução da IA para o consumidor em nível global”, afirmou Ives, da Wedbush Securities.

Após o lançamento, as ações da Apple pouco variaram no fechamento da bolsa em Nova York. Enquanto o dia terminou com um crescimento de 0,9%, o pós-mercado trouxe uma baixa de 0,10% - mantendo os papéis basicamente no mesmo valor.

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*A repórter Bruna Arimathea viajou a convite da Apple

Análise por Bruna Arimathea

É jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP) e pós graduanda em História Contemporânea e Relações Internacionais pela PUC-PR. Repórter de Tecnologia no Estadão desde 2021 e coautora do podcast "Alcântara: o desastre espacial brasileiro".

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