O que mudou no Twitter, além do nome, um ano após compra de Elon Musk?

Bilionário fez mudanças profundas na rede social em seu primeiro ano de gestão

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Por Jean Araújo

Nesta sexta, 27, Elon Musk completa um ano a frente do Twitter. Após seis meses de negociações, o empresário fechou a aquisição da rede por US$ 44 bilhões em 27 de outubro de 2022 — cada ação foi avaliada em US$ 54,20.

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Assim que ele assumiu o comando, o bilionário fez uma série de demissões. Especialistas apontavam que liberdade de expressão, moderação de conteúdo, a fiscalização de contas automatizadas e abertura do algoritmo seriam alguns dos temas no radar da nova gestão.

Mas não foi só isso que permeou o novo momento da redes social - muitas mudanças foram feitas na plataforma, a começar pelo nome do serviço, que deixou de se chamar Twitter para virar X.

Abaixo, relembre as principais mudanças implementadas por Musk no primeiro ano de X.

Mudanças no Twitter Blue

Uma das primeiras ações de Musk ao assumir o comandoda rede foi dar um ultimato à equipe de engenharia para criar um sistema de assinatura. A expectativa era de que o valor mensal seria de US$ 20.

O objetivo era substituir o Twitter Blue, um plano de assinatura que já existia no valor de US$ 5 desde 2021. A ferramenta possibilitava algumas funcionalidades exclusivas, como editar tuítes, não ver anúncios e customizar a plataforma.

No dia 1.º de novembro de 2022, Musk oficializou essas mudanças. Além das funcionalidades citadas, a compra do serviço também daria direito ao selo de verificação azul na plataforma, algo que antes não era pago e disponível apenas para figuras notáveis na rede. O valor anunciado foi de US$ 8 mensais.

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Segundo o bilionário, o propósito da assinatura era de tornar a rede menos dependente de publicidade, além de aumentar a receita da empresa e diminuir a incidência de bots na plataforma.

O serviço chegou a ser suspenso, mas voltou a funcionar com alterações na forma de verificação das contas. A mudança causou prejuízo à empresa após Musk ter anunciado que os assinantes veriam menos anúncios. Como alternativa, ele cogitou cobrar de todos os usuários pelo acesso à rede.

Hoje, o Twitter Blue é chamado de Premium e custa pelo menos R$ 42 por mês. Para conseguir o selo de verificação azul, a proposta é que os usuários precisarão realizar uma inscrição no programa chamado “Not a Bot”, que tem como objetivo bloquear os bots na plataforma. Outra forma de é assinar o um nível do X Premium.

Tuíte virou textão

Até 2017, o limite de caracteres do Twitter era 140. Depois, esse número cresceu para 280. Em novembro de 2022, Musk demonstrou pretensão de aumentar novamente o tamanho dos textos na plataforma. A proposta era subir para 4 mil os caracteres em uma publicação.

A decisão repercutiu na rede. Usuários apontaram que a “essência do Twitter era ser um microblog”, não um espaço para textão.

Atualmente, o recurso para quem quer escrever muito no Twitter está disponível apenas para assinantes do Blue.

Notas de comunidade

Com o objetivo de combater a desinformação, em 2022, Musk lançou o Community Notes, que já existia desde 2021, mas com o nome de Birdwatch e exclusivo apenas para usuários dos Estados Unidos.

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O recurso funciona por meio de notas dos próprios usuários na rede, sinalizando quando algo é suspeito. Qualquer usuário do aplicativo que não tenha violado as regras do X nos últimos seis meses pode se inscrever na ferramenta e usá-la.

Quantidade de visualizações de um tuíte

Em dezembro de 2022, o Twitter passou a mostrar a repercussão de um tuíte por meio das visualizações, contrariando as ações das redes rivais, como o Instagram e Facebook. Essas plataformas permitem esconder a quantidade de curtidas em um post, sob a justificativa de preservar a saúde mental dos usuários.

Já o Twitter passou a exibir as visualizações de um tuíte sob a justificativa de medir melhor o nível de engajamento de uma mensagem. A nova configuração aparece ao lado das opções “comentar, retuitar e curtir”.

Recomendados no Twitter

Em janeiro deste ano, a nova atualização na rede foi a implementação da aba de tuítes recomendados. Inspirada no TikTok, a funcionalidade veio com o nome de “Para você”, tradução de “For You”. Com isso, a rede passou a sugerir tuítes considerados relevantes para o usuário.

Assim como no TikTok, a nova interface pode ser acessada no topo da tela, separando os materiais entre sugestões de algoritmos e de pessoas que o usuário segue.

Elon Musk passou a impulsionar seus tuítes

Não satisfeito com a compra da plataforma, Musk também queria que seus tuítes fossem vistos e tivessem um alto número de engajamento. Para isso, ele solicitou que seus programadores alterassem o algoritmo para impulsionar suas publicações. Ele alegava que 95% de seus posts não eram entregues.

Com essa ação, até mesmo os usuários que não seguiam o empresário passaram a ver os tuítes dele.

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Fim dos verificados

Com as alterações no Twitter Blue vieram também mudanças no sistema de verificação das contas. Antes, pessoas com consideradas notáveis recebiam um selo de verificação na plataforma. Depois, sob Musk, o selo passou a ser cobrado no valor de R$ 42 reais mensais, no mínimo.

Em fevereiro deste ano, o bilionário anunciou que removeria todos os selos antigos concedidos antes da compra de Musk, tornando o símbolo exclusivo para assinantes.

Atualmente, o selo faz parte do X Premium, a versão mais nova do antigo Twitter Blue.

Cobrança por autenticação

Como forma de manter as contas seguras, o Twitter adotava o padrão em que era possível ativar o sistema de verificação em duas etapas: após tentar acessar o aplicativo com o login e senha, um SMS era enviado para o celular com um código para impedir acessos indevidos.

A metodologia é adotada por diversas outras redes e, no Twitter, passou a ser cobrada dentro do plano Blue. A promessa era que quem estivesse com o sistema ativado e não fosse assinante dos recursos premium, a conta seria desativada.

A mudança de Twitter para o X

Essa todo mundo percebeu: em julho, Musk mudou o Twitter de nome, que passou a se chamar “X”. Agora, o passarinho azul virou passado. Com essa alteração, veio também a proposta de transformar a plataforma em um superapp, um desejo antigo do bilionário.

A nova marca veio também com um novo logotipo. A princípio, a mudança causou estranhamento nos usuários e, meses depois, muitos ainda chamam a rede de Twitter, e não de X.

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Desde agosto, a plataforma removeu a descrição automática de links compartilhados na rede. Por exemplo, ao publicar uma matéria de um jornal, aparecerá apenas uma imagem com o link, sem nenhum contexto.

Antes, ao compartilhar um conteúdo externo uma prévia já era adicionada à publicação. No caso de matérias jornalísticas, a manchete ficava junto à foto. Agora, é necessário introduzir um texto manualmente.

X quer ser concorrente do LinkedIn

No final de agosto, a rede anunciou uma atualização na política de privacidade. Agora, o aplicativo vai coletar dados biométricos, histórico profissional e acadêmico dos usuários.

No futuro, com esses dados, Musk quer que o X se transforme em um concorrente do LinkedIn.

Vídeos e áudio no ex-Twitter

Mais um passo para transformar o X em um superapp. Elon Musk quer implementar na rede chamadas de vídeos e de áudio, assim como existe nas redes concorrentes, Instagram, WhatsApp e Facebook.

Já é possível enviar áudios em conversas na plataforma, porém o recurso de videochamada não está disponível.

IA do Twitter treinada pelos usuários

Lançada em julho de 2023, a empresa x.AI nasceu para ser a inteligência artificial da rede e competir com o ChatGPT. Com isso, tuítes de usuários poderão treinar essas IA, que precisa de grandes quantidades de dados para se tornar inteligente.

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Com a justificativa de priorizar o que é feito dentro da plataforma, o X passa a entregar menos os conteúdos compartilhados que possuem links externos. Musk afirma que os algoritmos otimizam o tempo gasto na rede e, por isso, priorizam aqueles que não têm links para outros site.

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